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Resenha | 3%

3% é a primeira série inteiramente brasileira da Netflix, cumpriu o papel de grande produção e se tornou um marco para nossa indústria audiovisual. Criada e escrita por Pedro Aguilera, trazendo Cesar Charlone como diretor geral.

ATENÇÃO: Leia sem compromisso, não há spoilers

A série se passa em um mundo pós-apocalíptico, em que o Brasil está dividido entre o Continente (“Lado de cá”), um local devastado pela pobreza e dificuldade social, e o Mar Alto (“Lado de lá”), uma ilha onde tudo é próspero e não faltam oportunidades. O que define quem é “merecedor” de estar do Lado de lá é o Processo, uma seleção que ocorre uma vez por ano na qual apenas os cidadãos com 20 anos de idade tem uma chance única de passar. Este é composto por provas cruéis e cheias de tensão com o objetivo de testar suas capacidades intelectuais e morais, porém apenas 3% desses jovens conseguem transitar para a região melhor.

Admito que 3% superou todas as minhas expectativas quanto a uma produção brasileira, por ter um roteiro admirável, atores magníficos e uma fucking produção de primeira. Foi uma série que me fez parar tudo e devora-la em apenas um dia. E não é só uma produção brasileira, é praticamente TUDO brasileiro! Pois na série é incluída toda essa essência nacional, a mistura de raças, o branco e o negro em proporções iguais, as gírias (assim como os xingamentos frequentes) e uma trilha sonora que faz o orgulho cravar no seu peito e não largar nunca mais. É maravilhoso também o fato do universo distópico se passar EM NOSSO PAÍS, e o que mais têm feito sucesso atualmente são séries e filmes voltados à mundos distópicos, como Black Mirror, Jogos Vorazes (que é meu amorzinho), Maze Runner, entre outros.

Nesse contexto se você procurar na internet haverá algumas críticas alegando que a série não passa de uma “colcha de retalhos”, e que não passa de uma imitação barata do nosso país de outras grandes produções... Simples, são mentiras ocasionadas por falta de informação. O conceito da série é de 2011, ela foi baseada numa websérie do Youtube. O problema verdadeiro foi a demora de ser produzida seriamente, assim de 2011 pra cá surgiu uma enxurrada de distopias, então é compreensível que haja toda essa similaridade.

Na versão atual quase tudo é igual, contudo com atuações MUITO MAIS fortes e equipamentos Hi-Tech, que deixam tudo mais futurístico. Ainda sobre a websérie, é notável que na primeira versão a tensão era maior, pelo Continente estar cheio de militares ocasionando um medo constante em todos. O que não acontece nessa, pois o que mais cabe em nossa atualidade não é impôr e sim "convidar" o público para a armadilha (que crítica, hein?).

Se você procurar ainda consegue encontrar disponível no Youtube o piloto que serviu de inspiração, é até legal ver como a produção brasileira deu grandes passos ao longo dos anos e como alguns atores da websérie foram escalados para a versão atual. Como eu sou uma boa pessoa, para ser redirecionado ao vídeo aperte aqui.

É importante ressaltar que o Processo é superestimado pelas pessoas, elas o tratam como um ser superior, algo realmente perfeito e sem furos, eles creem como se fosse uma espécie de “religião”, onde as pessoas louvam isso mais do que suas próprias vidas. Porém, nem todos pensam assim, aqueles que se opõe ao sistema fazem parte de um grupo chamado a Causa. Eles tentam fazer com que a população entenda que é um absurdo somente 3% da população conseguir entrar, levando assim as pessoas para o lado deles. Não há como aprofundar sem dar spoilers, então apenas saiba que você nunca vai ter certeza em quem apoiar até que a temporada termine.

É bem interessante a forma que a série mostra o passado, angústias e traumas dos personagens ao longo da trama de 8 episódios, dedicando um episódio para cada um enquanto o Processo ainda está rolando, fazendo com que você tenha até percepções diferentes quanto a eles. Além dos plot twist maravilhosos que te fazem ficar vidrado, principalmente no final onde há momentos de mais tensão. É exatamente a tensão e questões não resolvidas que te faz criar várias teorias e ficar ansioso pela próxima temporada.

Em minha opinião o "top 3" de atores que interpretaram seus personagens muito bem e que assim se destacaram, são:

Mel Fronckowiak

Apenas a super merecedora do primeiro lugar. Ela me surpreendeu muito com sua atuação emocionante no papel da personagem "Júlia", caracterizada como a esposa de Ezequiel e funcionária do processo, com um passado e dúvidas bem... marcantes. Mel foi uma atriz convidada e apesar de ser representada apenas em alguns flashbacks, roubou toda a cena ao interpretar o coração de uma mãe.

Vaneza Oliveira

Rainha da série? Com toda a certeza! A estreante como atriz na TV, Vaneza Oliveira, interpreta a personagem "Joana", que é completamente inteligente, forte, praticamente uma sobrevivente e é aquele tipo de personagem que se resume nessa frase: f*da-se todo mundo! Essa mulher deu um show de atuação com uma personagem arrogante e insolente. Ela com certeza é a minha predileta entre todas e aposto que vai ama-la também ;)

João Miguel

Considerado como o grande "vilão" (mas nem tanto assim), João Miguel representa "Ezequiel", o atual chefe do processo. Um homem intenso, indecifrável e peculiar, com métodos questionáveis e um pavio curto. Quando vê o ator em suas entrevistas, onde transmite toda aquela paz e simpatia, ocorre o choque por conta da incrível transformação de ator para personagem. Uma atuação completamente impactante e profunda onde você simplesmente se perde na história do personagem.

Espero mesmo que a série seja renovada para a segunda temporada pois eu já sou fã de carteirinha, e o final deixou algumas situações pendentes, o que nos leva supor que haverá realmente uma segunda. Bom, se você gosta de uma série que mexe com seu psicológico, que te faz questionar sobre o corrompimento do ser humano, que trás inúmeras críticas e nuances à nossa sociedade, trás a meritocracia como forma de avaliação num mundo onde não há justiça, 3% é super recomendável pra você.

Rabiscos

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Olá, meu nome é Patrick Lima, moro em Salvador/BA, sou só mais um retardado aleatório no mundo, que não tem nada de especial e gasta a vida vendo animes e publicações idiotas em redes sociais para satisfazer a sua sede de atenção. A única habilidade que tenho é a de desenhar e jogar videogame,mas sonho um dia ser um grande publicitário e ter pelo menos uma conquista na vida.

Oi, meu nome é Ivyne Adrielle, tenho 15 anos, moro em Salvador, adoro ler  e por isso resolvi ajudar no blog. Sou viciada em livros e quando digo isso não é brincadeira, porque pode acreditar: eu não passo um dia sem ler. Uso os livros pra fugir da realidade, visitar um lugar novo, um outro mundo, conhecer novas histórias e novos personagens. Leio porque amo a sensação de quando você volta pra realidade e parece que ainda está vivendo em um mundo diferente. E por isso quero dividir essa maravilha com vocês que é a literatura.

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Oie, meu nome é Melissa Neiva, tenho 16 (malditos) anos, escrevo umas mil paradas, faço umas letras sem melodia, sou soteropolitana com um dialeto próprio e dona desse bloguinho de estrelas.

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